Como um aluno mediano passou em 7 concursos e hoje é Defensor Público

Enquanto muitos parariam no primeiro obstáculo, ele continuou a lutar para conquistar seu sonho após perceber que estava sem perspectiva, sem trabalho e que precisava dar um rumo na sua vida. Conheça a história do sergipano Gerson Aragão:

Aprovado no vestibular para o curso de Direito com 19 anos, confessa que não levava o curso muito a sério. No entanto, seus pais foram a sua maior motivação. Seu pai vindo de família pobre do interior de Sergipe enfrentou muitos obstáculos, até que se mudou para Aracaju em busca do sonho de ser médico. Ele conheceu a mãe de Gerson na faculdade e hoje os dois trabalham no serviço público como concursados.

"Meus pais me ensinaram que a única forma de progredir na vida é através do estudo. Essa foi minha maior motivação".

Apesar de hoje ter a maturidade para reconhecer os ensinamentos dos pais, Gerson lembra que não deu o mesmo valor aos estudos que seus pais, e percebeu que precisava dar um rumo em sua vida.

O primeiro concurso que apareceu foi o de Técnico do Tribunal de Justiça de Sergipe, em 2004, com remuneração de um pouco mais de um salário mínimo. Gerson exerceu a função por um ano e meio, mas não era o que queria. Continuou estudando e tentando cargos melhores, desta vez, para nível superior.

"Fiz todos os concursos que apareciam, independente da área. Mas reprovei em todos".

Gerson então pediu exoneração para dedicar-se exclusivamente aos estudos. "Eu tive todo o apoio de minha família nesta decisão, até porque eu ganhava em torno de um salário mínimo". Apesar de ter abdicado de sua carreira no Tribunal de Justiça para dedicar-se por mais horas aos estudos, continuava sendo reprovado nos concursos que fazia. Já tinha feito cinco mas as dificuldades só aumentavam.

"Eu queria passar para analista, juiz, promotor ou defensor, mas apesar de me esforçar tanto, eu não conseguia absolutamente nenhum resultado".

Foi aí que ele percebeu que apenas estudar não era suficiente. "Eu teria precisava de uma estratégia, um método de estudo". O concurseiro então elaborou estratégias para o seu estudo, e a primeira vez que colocou em prática foi para o Exame da OAB. "Analisei a prova, a banca e a instituição e acertei 80% da prova, que era do Cespe, famosa pela dificuldade em suas provas".

Logo depois da prova da OAB, Gerson foi aprovado no concurso para Analista do Ministério Público de Sergipe, em 10º colocado. Estava claro a importância de se ser estratégico e ter um método para estudar para concursos.

Em 2009, Gerson assumiu o cargo de Analista do Ministério Público, desta vez ganhando um pouco melhor. Mas ele não se acomodou. Tinha a certeza de que precisava continuar o seu caminho de concurseiro, aperfeiçoando suas técnicas.

"Seis meses após o último concurso, veio a notícia de que passei para o cargo de analista do Tribunal de Justiça, em 31º colocado", conta ele.

Porém Gerson ainda não estava satisfeito com a carreira conquistada, e foi aí que decidiu aperfeiçoar ainda mais as suas estratégias. "Eu me dei conta de que não dava para estudar para todos os concursos que surgiam. Decidi escolher um cargo e foquei meus estudos apenas para a Defensoria Pública".

Ele já tinha excelentes estratégias estudos que envolvia o Edital Sintetizado, o Resumo por Palavras-Chaves e Revisão R12X. Foi então que em 2010 tentou o concurso para Defensoria Pública de Alagoas. Chegou perto, mas foi reprovado na prova prática de direito civil.

Logo em seguida, a Defensoria Pública da Bahia. "Neste eu resolvi elaborar estratégias mais avançadas porque eu já sabia que estava no caminho certo, mas faltava pouco para eu chegar lá". Gerson então fez uma análise avançada sobre como fazer uma prova prática. Foram seis meses de prova para a Defensoria Pública da Bahia e focou seus métodos para a 2º fase do concurso. "Apliquei todas eles e tive a alegria de passar", comemora o sergipano.

Do primeiro concurso em 2004 em que ganhava pouco mais de um salário mínimo, para o de 2010 que passaria a ganhar R$ 21 mil reais, Gerson estava finalmente satisfeito. Decidiu fechar os livros e aguardar a convocação, já que havia conquistado seu objetivo. A estabilidade que o serviço público oferece e uma confortável situação financeira estavam garantidas.

O que Gerson não esperava é que a Defensoria Pública de Sergipe, seu estado natal e onde reside toda a sua família, abriria concurso. "Eu estava há mais de um ano sem estudar, mas era uma chance de estar perto das pessoas que sempre me apoiaram. Peguei todas as minhas estratégias, já devidamente bem estruturadas, apliquei no concurso da Defensoria de Sergipe e passei".

Gerson tomou posse como Defensor Público na Bahia, mas, para sua surpresa, também foi convocado para o concurso de Sergipe que tinha a remuneração inferior. O que fazer? Teria ele que escolher entre ganhar mais ou ficar perto da família. "Decidi pedir exoneração da Bahia e ficar em meu Estado. Dinheiro é importante, mas vi que não é tudo".

A família de Gerson foi a principal motivação para iniciar sua trajetória de estudos e ingresso na carreira pública. Mas foi exatamente ela o motivo para ele fazer a difícil escolha entre ganhar mais ou estar perto dela.

Hoje Defensor Público de Sergipe, Gerson ensina suas estratégias desenvolvidas ao longo dos anos em um Livro que pode ser baixado gratuitamente através deste link.

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